MEMUS DOM #1 – Os Salgueiro

MEMUS DOM #1 – Os Salgueiro

Walter Arcela

Rodolfo Salgueiro tinha apenas 13 anos de idade quando estreou na música com o álbum em homenagem ao seu pai, o multi-instrumentista, ex-integrante da Orquestra Sinfônica da Paraíba e professor do Dep. de Música da UFPB, Odair Salgueiro. Com a filha da cantora Fatima França, Izadora França, a época também criança, cantaram a faixa de abertura, chamada a Chance da Paz, música de Antônio Arcela e Lis Albuquerque.

Muito mais do que um homenagem ao seu pai, falecido alguns anos antes em 1998, a estreia de Rodolfo na música era um prenuncio de entrada numa área que nunca mais se distanciou. Hoje, ele e seu irmão mais novo, Pedro Francisco, também filho de Odair, integram o Papa Mute, projeto musical onde Rodolfo geralmente toca teclado e Pedro violão ou baixo. A dupla explora uma sonoridade influências progressivas, jazzísticas e do blues. A banda chegou a lançar em 2016 um disco homônimo, que teve a direção musical e apadrinhamento do músico Toquinho, que além de auxiliar nas gravações, também assina a mixagem.

O caçula, Pedro Francisco, também das bandas Vieira e Bicho-grilo, é graduando em música pela UFPB. Multi-instrumentista virtuoso, carrega o interesse da família pelos instrumentos nacionalmente típicos como sanfona, e violão, sem perder o interesse pela sonoridade estrangeira, advinda sobretudo do blues e do jazz. Para fornecer mais dados sobre a genealogia dessa família musical da Paraíba, convidamos Pedro para responder as perguntas do MEMUMS DOM #1, abaixo expostas.

©️ Imagem cedida por Papa Mute. Foto: Rafael Souza Faria

Qual a origem genealógica da musicalidade na família de vocês?

Na família de meu pai (Odair Salgueiro), acredito que a origem genealógica musical foi meu avô Francisco*, que tocava violão, cavaquinho e bandolim.

O avô espanhol, Francisco; ©️ Imagem cedida pela família.

Quais semelhanças musicais são perceptíveis entre vocês?

Assim como meu pai e meu avô paterno, e meu irmão Rodolfo, me tornei multi-instrumentista. Meu pai era professor, arranjador e produtor musical, áreas das quais eu também me aventuro.

Quando você pensa na sua família, existe algum momento que instaurou uma memória musical que seja marcante?

Acredito que venho recebendo muita informação musical desde antes de nascer, pois quando grávida, minha mãe, Rudgy Figueiredo, acompanhava meu pai nos concertos em que ele tocava tímpano na Orquestra Sinfônica da Paraíba.

A minha avó materna, Ruth Figueiredo, sempre incentivou os filhos a ouvirem música, por isso aprendi com minha mãe a ouvir muito jazz (Miles Davis, Nina Simone, Billy Holiday), música brasileira (Tom Jobim, Milton Nascimento, Chico Buarque) e música clássica também.

Minha mãe também me introduziu a alguns sons importantes pra minha formação como Chicago, Carole King, Norah Jones, entre outros.

A maioria de meus parentes, sejam paternos ou maternos tem envolvimento com música de alguma forma, pois era algo muito estimulado.

Herdei de minha mãe uma sanfona, com a qual ela aprendeu algumas canções na infância.

Já meu pai, deixou sua guitarra, violão e baquetas de percussão, nos quais toquei minhas primeiras notas musicais.

Papai gostava muito de música internacional, como Elton John, Billy Paul, Beatles e Simon & Garfunkel. Quando jovem participou como vocalista, guitarrista e vibrafonista de uma banda em São Paulo chamada ‘Comunicassons’, com alguns de seus colegas do Grupo de Percussão do Conservatório Musical do Brooklyn Paulista, como Djalma Colaneri e Mario Frungillo.

Hoje também toco o cavaquinho e bandolim que herdei de meu avô Francisco.

 

*   o Avo dos irmãos Salgueiros era encanador. Nasceu em Granada, na Espanha.