O Canto Coral na Paraíba: Nelson Mathias e Célia Bretanha Junker

A década de setenta foi marcada pela expansão das atividades artístico-culturais na Universidade Federal da Paraíba. É desta época que data a criação do Núcleo de Extensão Cultural (NEC) do Campus II, em Campina Grande, que recebeu diferentes grupos e artistas, dentre os quais o maestro Nelson Mathias e a professora de técnica vocal Célia Bretanha Junker.

Convidados por Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque e Sebastião Vieira, respectivamente, Reitor e Pró-Reitor do Interior da UFPB, Nelson Mathias e Célia Bretanha Junker trabalharam com o Coral da UFPB, Campus II, entre 1978 e 1982. O grupo era heterogêneo e formado por cerca de setenta cantores, pessoas advindas da população universitária e da comunidade em geral. Os ensaios eram diários, de segunda a sexta, entre o final da tarde e o início da noite. As atividades eram múltiplas, abrangendo exercícios de relaxamento, técnica vocal, ensaios por naipes e coletivos, que tinham como objetivo desenvolver a musicalidade e a sonoridade do grupo. A estreia do coro aconteceu em 31 de agosto de 1978, quatro meses após a sua criação.

No repertório, obras da música renascentista à contemporânea, passando pela literatura folclórica e popular brasileira. Com essas canções o coro se apresentou em vários eventos artísticos e culturais da cidade, estado, região e país, conquistando, por exemplo, o segundo lugar no V Encontro de Corais de Recife. Naquele certame, o grupo concorreu com trinta e dois coros de diferentes partes do Brasil e, por este importante feito, recebeu o reconhecimento da crítica especializada e da população campinense. A vereadora Maria Lopes Barbosa apresentou, no dia 9 de novembro de 1978, por meio de requerimento aprovado pela Câmara Municipal de Campina Grande, voto de felicitações para o coro, solicitando que o fato fosse comunicado ao Magnífico Reitor. O prefeito Evaldo Cruz também ressaltou o êxito da segunda colocação, enaltecendo o trabalho do maestro e  dos cantores, destacando a vocação artística da Rainha da Borborema e da UFPB.

Ao longo da pesquisa que estamos desenvolvendo, coletamos histórias, documentos, fotos, programas e fitas K-7, nas quais estavam gravados os primeiros recitais. Por meio de tais materiais, analisamos o perfil do coro, a sua imagem e sonoridade, suas  práticas sócio-culturais-educativas e, finalmente, as contribuições do trabalho realizado pelo Coral da UFPB, Campus II, para a vida artística e cultural de Campina Grande, da Paraíba, do Nordeste e do Brasil. Nos dias 25, 26 e 27 de setembro, Nelson Mathias e Célia Bretanha Junker estarão na Serra da Borborema para conferir o resultado da investigação, reencontrar ex-cantores, amigos e fãs, reger o Coro de Câmara de Campina Grande e também falar sobre a vida, a música e o canto coral, esta arte apaixonante.

Vladimir Silva (silvladimir@gmail.com)

 

Créditos: https://www.vladimirsilva.com/2014/08/o-canto-coral-na-paraiba-nelson-mathias.html