Renata Arruda, uma artista completa

Por Heli Tenório

Neste exato momento, me sinto tomado por uma mistura fantástica de alegria, satisfação, compensação, orgulho e mais um montão de confortantes recordações.

Há alguns anos atrás, fui visitar um casal amigo que estava veraneando em Camboinha. Na varanda da casa, como era comum, estávamos muito felizes. Eu a tocar meu violão, sempre básico, mas suficiente, talvez pelo repertório, para causar nossa alegria. Eis que de repente, ouço um pedido:

“Oi, posso tocar uma música?”

Renata Arruda | @renataarruda

Olho à esquerda e vejo um casal de adolescentes que estavam trepados em cima do muro do vizinho, há não sei quanto tempo.

Claro, vem cá, respondi!

Os dois saltaram de pronto. Agradavelmente surpreso, vi a mocinha, linda, de chapéu à la Neruda na cabeça, um charme desconcertante e uma segurança maior ainda, me tomar o violão e moto-contínuo começar a cantar:

“Tô com saudade de tu, meu desejo…”

Fiquei impressionado! A ousadia passou como um relâmpago dando lugar a um encantamento inteiro! Era uma menina muito bonita, de um charme encantador, como encantadora era (é) sua voz, ritmo, afinação, personalidade.

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Renata Arruda | @renataarruda

O tempo passou, passou, rolaram muitas coisas no mundo artístico, inclusive o surgimento nacional de uma maravilha! Já não era mais a menininha charmosa, ousada e de voz personalista. Era (é) um respeito nacional!

Volto para o meu sábado caseiro e relembro tudo isso. Faz uma hora, que assisto, cheio de emoções positivas e infinitas, na TV Cultura, a uma mulher maravilhosa, em tudo, cantando tudo que se quer ouvir, do modo que se quer ouvir e com embevecimento que se é tomado quando se ouve e quando se vê um talento total.

Parabéns, RENATA ARRUDA, você é uma artista completa! Ainda por cima, recentemente vi meu amado Paulinho de Tarso, no Facebook, fazer uma homenagem maravilhosa a você pelo montão de qualidades que tem como pessoa. Aí, fechou meu firo.

Contraparodiando uma de suas performances, digo-lhe que você é o compacto simples que guardo comigo para a eternidade!

 

Publicado originalmente em Ambiente de Leitura Carlos Romero